Bascos acusam <br> Madrid de rejeitar paz

A Audiência Nacional espanhola adiou o julgamento de 35 acusados de pertenceram à ETA depois de a Guarda Civil ter detido 16 pessoas ligadas ao colectivo de defesa dos arguidos, entre os quais vários advogados e, entre estes, uma das porta-vozes do partido independentista Sortu.

A operação «mate», desencadeada no dia do início do julgamento, segunda-feira, 12, no País Basco, Navarra e em Madrid, mostra que «estamos frente a um Estado terrorista, a um “Estado Quixote” que vê gigantes onde só há moinhos, que vê terroristas onde só há advogados, e que, em lugar de ver militantes políticos, vê perigosos criminosos», considera a esquerda abertzale.

Em declarações citadas pela EFE, o presidente do Sortu, Hasier Arraiz, defendeu que «o Estado espanhol usa uma e outra vez da vingança contra o País Basco» e garantiu que, apesar disso, «não renunciamos a reivindicar nenhum dos direitos que nos correspondem».

«O único cenário possível é a paz, democracia e liberdade», prosseguiu Arraiz antes de apelar ao povo basco a unir forças em torno dessa via», contrariando a «estratégia de guerra» e a «política penitenciária criminosa» empregues por Madrid.

O dirigente também frisou não ser casual o momento da detenção dos membros do colectivo de defesa, aludindo à manifestação realizada sábado, 10, em Bilbao, que reuniu cerca de 100 mil pessoas em defesa dos direitos dos presos bascos.

Defesa certa

Reagindo à vaga de detenções de advogados e outros membros da defesa dos 35 pretensos «etarras», um grupo de profissionais juntou-se na sede da Ordem de Advogados de Biscaia para assegurar que ninguém ficará sem defesa. Segundo noticiou a Europa Press, os advogados denunciaram que o perigo de detenção dos colegas de profissão era conhecido há meses, isto depois uma fuga de informação que confirmou a preparação da operação «mate».

«Os nossos colegas advogados colocaram-se, na altura, à disposição do juiz da Audiência Nacional, Eloy Velasco, o mesmo que agora ordenou a sua detenção a pretexto de alegadas manobras de branqueamento de dinheiro e fuga ao fisco em montantes superiores a 1,3 milhões de euros», recordaram.

A prisão e acusação dos advogados bascos concretizou-se dois dias após o Colectivo dos Presos Políticos se ter manifestado disponível para discutir as propostas apresentadas pela Secretaria da Paz e Convivência do governo autonómico do País Basco, embora frisando que a solução para o conflito nos cárceres está no fim da legislação de excepção.




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